1-12: Jesus passa ao ataque, A figueira não dá frutos, e o Templo tornou-se lugar de roubo, porque as autoridades (chefes dos sacerdotes, doutores da Lei, anciãos do Sinédrio) exploram e oprimem, apoderando-se daquilo que pertence a Deus, isto é, o povo da aliança (vinha). Depois de muitos profetas que pregavam a justiça )empregados), Deus envia o próprio Filho com o Reino. A rejeição é morte do Filho trazem a sentença: o povo de Deus, agora congregado em torno de Jesus (pedra), passa a outros chefes, que não devem tomar posse, mas servir.
13-17: O imposto era o sinal da dominação romana; os fariseus a rejeitavam, mas os partidários de Herodes a aceitavam. Se Jesus responde "sim", os fariseus o desacreditarão diante do povo; se ele diz "não", os partidários de Herodes poderão acusá-lo de subversão. Mas Jesus não discute a questão do imposto. Ele se preocupa é com o povo: a moeda é "de César", mas o povo é "de Deus". O imposto só é justo quando reverte em benefício do bem comum. Jesus condena a transformação do povo em mercadoria que enriquece e fortalece tanto a dominação interna como a estrangeira.
18-27: Jesus desmoraliza os saduceus, apresentando o cerne das Escrituras: Deus é o Deus comprometido com a vida. Ele não criou ninguém para morte, mas para a aliança consigo para sempre. A vida da ressurreição não pode ser imaginada como cópia do modo de vida deste mundo.
28-34: Jesus resume a essência e o espírito da vida humana num ato único com duas faces inseparáveis: amar a Deus com entrega total de si mesmo, porque o Deus verdadeiro e absoluto é um só e, entregando-se a Deus, o homem desabsolutiza a si mesmo, o próximo e as coisas; amar ao próximo como a si mesmo, isto é, a relação num espírito de fraternidade e não de opressão ou de submissão. O dinamismo da vida é o amor que tece as relações entre homens, levando todos aos encontro, confrontos e conflitos que geram uma sociedade, cada vez mais justa e mais próxima do Reino de Deus.
35-37: O título "filho de Davi" indicava a origem e o projeto do Messias: O descendente iria refazer a família real e a glória do reino de Davi. Mas Jesus critica essa concepção do Messias. Ele está acima de Davi e não veio instaurar uma monarquia.
38-40: Jesus critica os intelectuais da classe dominante, transforma o saber em poder, aproveitando-se da própria situação para viver ricamente à custa das camadas mais pobres do povo. Disfarçando tal exploração com orações, isto é, com motivo religioso, tornando-se ainda mais culpados.
41-44: Enquanto os doutores da Lei "explora, as viúvas e roubam suas casas", uma viúva pobre deposita no tesouro do Templo "tudo o que possuía para viver". É o único fato positivo que Jesus vê em Jerusalém. Por isso proclama solenemente esse gesto (eu garanto a vocês), em contraposição à solenidade ostensiva dos ricos. Mostra, assim, o significado dessa oferta: as relações econômicas que devem vigorar numa sociedade que crê em Deus são as relações de doação total, que deixam as próprias seguranças, e não as relações baseadas no supérfluo. (Bíblia Pastoral. Nota). Próximo