Nota:
1-5: Deus nos julga com a mesma medida que usamos para os outros. O rigor do nosso julgamento sobre o nosso próximo (cisco), mostra que desconhecemos a nossa própria fragilidade e a nossa condição de pecadores diante de Deus (trave).
6: Esta sentença provavelmente significa que é desperdício e perigo anunciar o Reino aos que não estão preparados com ele. Se ligada à sentença sobre os dois senhores (Mt 6,24), poderia significar que é inútil e até perigoso anunciar os princípios evangélicos àqueles cujo deus são as riquezas. O coração deles está em outro lugar; fizeram outra opção fundamental. Em todo caso, a sentença parece fora de contexto, e é de difícil interpretação.
7-11: A oração é a expressão da nossa relação com Deus como único absoluto (cf. Mt 6,5-7). Aqui se abre uma nova perspectiva: essa relação deve ser de confiança e intimidade como a de um filho para com o seu pai.
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12: No tempo de Jesus, "Lei e Profetas" indicava todo o Antigo Testamento. Esta "regra" de ouro" convida-nos a ter para com os outros a mesma preocupação que temos espontaneamente para com nós mesmo. Não se trata de uma visão calculista - dar para receber -, mas de uma compreensão do que seja o amor do Pai.
13-14: Tanto a opção fundamental pelo Reino e sua justiça (entra pela porta), como continuar nessa busca fundamental (caminho), mas são fáceis. A escolha verdadeira nunca será feita pelos indecisos e acomodados. Estes ficam relutando, ou escolhem a estrada mais larga proposta pelos ídolos.
15-20 "Nada se parece tanto com um verdadeiro profeta, como um falso profeta." As ideologias que nos afastam da opção fundamental pelo Reino e sua justiça são cheias de fascínio, e sempre trazem a aparência de humildade a até mesmo de fé. Só poderemos perceber a sua falsidade através daquilo que elas produzem na sociedade: a cobiça e a sede de poder, que levam à exploração e opressão.
21-23: Nem mesmo o ato de fé mais profundo da comunidade, que é o reconhecimento de Jesus como o Senhor, faz que alguém entre no Reino. Se o ato de fé pela palavra não for acompanhado de ações, é vazio e sem sentido. A expressão "naquele dia" indica o Juízo final e nos remete a Mt 25,31-46, onde são mostradas as ações que qualificam o autêntico reconhecimento de Jesus como Senhor.
24-27: Construir a casa sobre a rocha é viver e agir de acordo com a justiça do Reino apresentada no Sermão da Montanha. Construir a casa sobre a areia é ficar na teoria, sem passar para a prática.
28-29: A autoridade de Jesus não se baseia em tradições ou sistema, e sim na sua própria pessoa. Ele vive e pratica o que ensina aos outros. (Notas da Bíblia: Edição pastoral). Próximo