1-9: Cf. nota em Mc 4,1-9. Se o Reino já está aqui, por que existem fracassos e conflitos? Jesus trouxe as sementes do Reino, e elas se espalharam pelo mundo. Mas, assim como Jesus encontrou resistência no meio do seu próprio povo, do mesmo modo pessoas e estruturas continuam impedindo a justiça do Reino de se estabelecer entre os homens. Sem dúvida, haverá uma colheita, mas à custa de muitas perdas, isto é, muitos procurarão sufocar as sementes do Reino, antes que chegue a vitória final. Querer negar e fugir dessas dificuldades para a implantação do Reino é não compreender o seu mistério.
Publicidade
10-17: Cf. nota em Mc 4,10-12. Os mistérios do Reino só serão conhecidos por aqueles que já tiverem acolhido Jesus como Messias (os discípulos). Aceitar Jesus como o Messias, mesmo nos seus “fracassos”, faz compreender as contínuas dificuldades que sofre a implantação do Reino do Céu. E isso é uma bem-aventurança.
18-23: Os obstáculos para compreender a palavra do Reino (= ensinamento de Jesus) são: a alienação, que tira o poder de decisão humana; as perseguições concretas que causam desânimo; as estruturas políticas e econômicas que fascinam e seduzem. A compreensão da palavra do Reino se realiza na dramaticidade dos conflitos pessoas e sociais.
24-30: O Messias já veio. Então, por que o Reino ainda não se instalou definitivamente? Resposta de Jesus: Isso não se deve à imperfeição natural dos homens, mas a uma sabotagem premeditada, feita por aquele que quer usurpar a autoridade de Deus no mundo. Não cabe aos homens fazer a separação entre bons e maus, pois só Deus pode fazer o julgamento.
31-32: Por que será que o Reino parece não estar se expandindo no mundo? Cf. nota em Mc 4,30-34.
33: A comunidade dos discípulos parece desaparecer no meio dos homens. Num segundo momento, porém, ela exerce ação transformadora no seio da sociedade.
34-35: Somente através da pessoa e missão de Jesus é possível compreender o mistério do Reino de Deus, escondido na história desde o início do mundo.
36-43: A explicação da parábola é alegoria que apresenta a dinâmica do Reino na história, e esta feita pela ação de bons e maus. A vinda do Reino, porém, entra em luta contra o espírito do mal, e conduz os justos à vitória final. A história é tensão contínua voltada para a manifestação gloriosa do Reino.
44-46: Para entra no Reino é necessário decisão total. Apegar-se a seguranças, mesmo religiosas, que são falsas ou puras imitações, em troca da justiça do Reino, é preferir bijuteria a uma pedra preciosa.
47-50: A consumação do Reino se realiza através do julgamento que separa os bons dos maus. Os que vivem a justiça anunciada por Jesus tomarão parte definitiva no Reino; os que não vivem serão excluídos para sempre. É preciso decidir desde já.
51-52: As parábolas revelam o segredo de Deus para aqueles que tem fé. Por isso, o doutor da Lei que se torna discípulo de Jesus é capaz de ver a ligação entre o Antigo e o Novo Testamento. Em Jesus tudo se renova e toma novo sentido.
Publicidade
53-58: Cf. nota em Mc 6,1-6. Os conterrâneos de Jesus colocam a questão sobre a origem da autoridade dele, admirados de seu ensinamento e poderes milagrosos. É impossível que Jesus, sendo um deles, tenha a autoridade de Deus. Por isso, eles o rejeitam. Essa rejeição não é acidental: é apenas uma prova a mais de que Jesus é o enviado de Deus. De fato, todos os profetas do Antigo Testamento também foram rejeitados. (Notas da Bíblia: Edição pastoral). Próximo