17-19: João mostra que o julgamento realizado pelo anúncio do Evangelho faz aparecer à verdade; e esse julgamento tem dois aspectos: — negativo: desvenda o mistério do mal que domina as cidades, e apresenta a destruição dele (17-18); — positivo: mostra que a história caminha para a vitória do Ressuscitado. Cristo realiza a comunhão dos homens com Deus: nisto consiste o Reino (casamento do Cordeiro: Ap. 19).
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Valores relativos apresentados como absolutos
17,1-6: A prostituta é símbolo de uma cidade idolátrica. Na época, trata-se de Roma, aqui apresentada como Babilônia, a capital da idolatria e do vício. Ela está sentada sobre a Besta escarlate, a cor do triunfo para os romanos. Os nomes blasfematórios são títulos divinos com que o imperador assegura o próprio poder. A aparência da prostituta é suntuosa (vestes, joias), e o que ela tem a oferecer é a idolatria (prostituição) e os vícios (degradação humana, valores relativos apresentados como absolutos). Seu crime supremo é perseguir e matar todos aqueles que não aceitar adorar o poder político absoluto, nem se enganam com as propagandas ideológicas.
A descrição da Besta lembra o título de Deus
6-8: A visão das cidades, com sua aparência de riqueza e poder, é maravilhosa e hipnotiza, provocando a alienação que faz adorar a Besta. Por isso, é preciso ter senso crítico diante da realidade. A descrição da Besta lembra o título de Deus, mas ela vem do nada e caminha para o nada. O autor se refere à decadência do império romano sob Nero, e o seu ressurgimento com Vespasiano, e também a maldade de Nero que revive em Domiciano.
Os sete reis do Apocalipse
9-11: As sete cabeças são as sete colinas de Roma. São também sete reis, isto é, imperadores do séc. I. Deles já caíram cinco: Augusto, Tibério, Calígula, Cláudio e Nero. Um existe (Vespasiano), e o outro durará pouco (Tito, que reinou só dois anos). A Besta é o oitavo (Domiciano) e, ao mesmo tempo é um dos sete, ou seja, o imperador Domiciano que agora persegue os cristãos, reencarnado a crueldade de Nero.
As águas são as multidões
12-15: Os dez chifres são os países dominados por Roma, unidos a ela para lutarem contra Cristo, que os vencerá juntamente com seus discípulos. As águas são as multidões seduzidas pelo absolutismo romano.
16-18: O julgamento se realiza através da luta entre as nações que buscam o poder. Os dominados se revoltam e destroem o dominador.
Observação, o capítulo 17 do Apocalipse é um dos mais
esclarecedores dos símbolos. Leia na Bíblia edição pastoral para entender os
seus significados. Leia Mais