Evangelho de João capítulo 2, a festa de casamento em caná

 

Evangelho de João capítulo 2

Façam o que Jesus mandar

Evangelho do dia (Jo 8, 1-11)

2,1-12: Segundo João, a primeira semana de Jesus termina com a festa de casamento em caná. João relata este episódio por causa do seu aspecto simbólico: o casamento é o símbolo da união de Deus com a humanidade, realizada de maneira definitiva na pessoa de Jesus, Deus-e-Homem. Sem Jesus, a humanidade vive uma festa de casamento sem vinho. Maria, aliviando a situação constrangedora, simboliza a comunidade que nasce da fé em Jesus, a as últimas palavras que ela diz neste evangelho são um convite: “façam o que Jesus mandar.” Jesus diz que a sua hora ainda não chegou, pois só acontecerá na sua morte e ressurreição, quando ele nos reconciliar com Deus.

A religião verdadeira não se baseia no medo do pecado

Jesus utilizou a água que os judeus usavam para as purificações. Os judeus estavam cegos pela preocupação de não se mancharem, e sua religião multiplicava os ritos de purificação. Mas Jesus transformou a água em vinho! É que a religião verdadeira não se baseia no medo do pecado. O importante é receber de Jesus o Espírito Santo. Este, como vinho generoso, faz a gente romper com as normas que aprisionam e com a mesquinhez da nossa própria sabedoria.

O episódio de caná é um resumo daquilo que vai acontecer através de toda a atividade de Jesus: com sua palavra e ação, Jesus transforma as relações dos homens com Deus e dos homens entre si.

A casa de oração se torna lugar de comércio e poder

13-22: Para os judeus, o Templo era o lugar privilegiado de encontro com Deus. Aí se colocavam as ofertas e sacrifícios levados pelos judeus do mundo inteiro, e formavam verdadeiro tesouro, administrado pelos sacerdotes. A casa de oração se torna lugar de comércio e poder, disfarçados em culto piedoso.

O verdadeiro Templo é o corpo de Jesus

Expulsando os comerciantes, Jesus denuncia a opressão e a exploração dos pobres pelas autoridades religiosas. Predizendo a ruína do Templo, ele mostra que essa instituição religiosa já caducou. Doravante, o verdadeiro Templo é o corpo de Jesus, que morre e ressuscita. Deus não quer habitar em edifícios, mas no próprio homem.

Acreditar em Jesus é aceita-lo como o Messias que realiza o projeto de Deus

23-25: Para acreditar em Jesus não basta aceita-lo como Messias nos moldes tradicionais, isto é, como um chefe que exerce função nacionalista através do poder e domínio. Acreditar em Jesus é aceita-lo como o Messias que realiza o projeto de Deus e que dá sua vida, rompendo as muralhas de separação entre os homens. Jesus rejeita qualquer adesão que instrumentaliza a sua ação em favor de interesses de grupo. Este trecho serve como introdução a todo diálogo com Nicodemos (3,1-36).

Jesus sempre reconhece aquele que o Pai coloca em seu caminho.

Voltando ao capítulo 1. João Batista era apenas testemunha de Jesus, a que tudo se deve dirigir. João sabia disso; por isso convida seus discípulos para que se dirijam a Jesus. E os dois primeiros vão buscar outros. É desse mesmo modo que nós encontramos a Jesus: porque outra pessoa nos falou dele (aqui neste site) ou nos comprometeu numa tarefa apostólica.

Jesus sempre reconhece aquele que o Pai coloca em seu caminho. Ele reconhece Natanael debaixo da figueira e também Simão, escolhido para ser a primeira pedra da Igreja.

Vereis o céu aberto: No sonho de Jacó, os anjos subiam e desciam por uma escada que ligava a terra ao céu (leia Gn 28,10-22). Doravante é Jesus, Filho do Homem, a nova ligação entre Deus e os homens. SAIBA MAIS

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