23,1-5: As
autoridades querem a morte de Jesus, e o apresentam ao governador romano
com três acusações que caracterizam toda atividade de Jesus como uma grande
subversão (“subversão entre o povo”): em nível econômico (proíbe pagar o
tributo), em nível político (afirma ser rei), e em nível ideológico (ensinamento
que provoca revolta). Pilatos, porém,
declara a inocência de Jesus.
O sofrimento de Jesus é mero objeto de curiosidade para o povo
6-12: As divergências
entre Pilatos e Herodes são sanadas, porque Pilatos resolveu respeitar a
jurisdição de Herodes. Percebendo que é mero objeto de curiosidade, Jesus
permanece calado.
Jesus representa um perigo para os privilegiados das autoridades
13-25: Tanto
Herodes como Pilatos parecem desconhecer o alcance e as consequências políticas,
econômicas e sociais do projeto de Jesus (23,4. 1415.22), cujo ensinamento
religioso representa um perigo para os privilegiados das autoridades. Perigo muito maior do que Barrabás,
conhecido guerrilheiro subversivo.
Não chorem por mim, mas pela rejeição do povo ao projeto de Deus
26-32: Simão Cireneu
é o símbolo do verdadeiro discípulo de Jesus (cf.
Lc 9,23). — Jesus serviu o projeto de Deus até o fim. Não é por sua morte
que devemos chorar. É preciso chorar
diante das consequências acarretadas pela rejeição do projeto de Deus.
O letreiro da cruz, indicando a causa da condenação.
33-38 Jesus é
crucificado como criminoso, entre criminosos. Por entre a curiosidade do povo e
a caçoada dos chefes e soldados ecoa a palavra de perdão: os responsáveis
pela morte de Jesus devem ser perdoados, porque não conhecem a gravidade e as consequências
do próprio gesto. O letreiro da cruz,
indicando a causa da condenação, proclama para todos a chegada da realeza
que dá a vida.
Lembra-te de nós
39-43: No momento em
que tudo parece perdido, Jesus se mostra portador da salvação. Ele anunciou a
salvação aos pecadores, durante a sua vida; agora, na cruz, a oferece ao
criminoso. Jesus não está sozinho na cruz. Acompanham-no todos aqueles que são
condenados por uma sociedade que não aceita o projeto de Deus e que clamam: “Lembra-te de nós!”.
A morte de Jesus é a sua libertação nas mãos de Deus
44-49: O ponto mais
alto do terceiro Evangelho está nestas palavras de Jesus na cruz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. A morte de Jesus é a sua libertação nas
mãos de Deus. Ela aparece como consequência da sua vida e atividade, voltadas para os pobres e oprimidos,
provocando a violência do sistema baseado na riqueza e no poder. Essa morte
é também libertação, consequência da obediência total e confiante a Deus. Além disso, provoca a
manifestação da verdade: o povo se arrepende e um pagão proclama a inocência de
Jesus.
50-56: O corpo de
Jesus é encerrado num túmulo. Aparentemente, a história acabou e o sistema
que condenou Jesus pode ficar tranquilo. Mas as mulheres se preparam: alguma
coisa vai acontecer... Leia
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