2,1-49: No século II a.C, os judeus vivem sob a opressão de Antíoco IV. Como fazer uma crítica ao rei, sem dizer o seu nome? Sob os regimes que impedem a crítica e a livre expressão, floresce uma literatura alegórica que, de forma irônica, se apresenta como crítica subversiva ao regime.
Com fina ironia, o texto critica a religião e sabedoria.
1-16: Nabucodonosor é o rei prepotente que exige coisas que
estão além da capacidade dos homens e até dos ídolos que ele adora. Com fina ironia, o texto critica a religião
e sabedoria da nação opressora. Será que Daniel e seu Deus serão capazes de
responder ao desafio do opressor?
A derrota do opressor e a libertação dos oprimidos.
17-23: A sabedoria e
a religião dos opressores não conseguem decifrar os acontecimentos que os
atingem. Javé, porém, é o Senhor da história e da vida, a luz que penetra
todos os segredos e dirige o vaivém da história e da sociedade. Só ele pode
comunicar a verdadeira sabedoria, que consiste em discernir a realização do seu
misterioso projeto dentro dos acontecimentos. A oração de Daniel é todo um programa desenvolvido no resto do livro: a derrota do opressor e a libertação dos oprimidos.
Somente o Reino de Deus está firme para sempre.
24-49: O texto é
muito rico. A estátua simboliza a grandiosidade, a riqueza e a fascinante
imagem dos impérios que se estabelecem no mundo através da exploração e
opressão. Isso, porém, é apenas aparência, pois os pés da estátua são de barro:
basta uma pedra para deixá-la em pedaços. Essa pedra, não movida por mão
humana, é o Reino de Deus, Reino que desmascara e destrói as pretensões dos
impérios humanos, a fim de instaurar uma
sociedade e uma história fundadas na partilha da liberdade e da vida.
Impérios que vão perdendo seu valor e sentido.
O texto salienta
ainda que a história é uma sucessão de impérios (Babilônia, Pérsia, Grécia,
Egito, Síria, cujo rei é Antíoco IV), impérios que vão perdendo seu
valor e sentido, até chegar à sua completa extinção (palha que o vento
carrega). Somente o Reino de Deus está
firme para sempre. Trata-se, portanto, de uma crítica dirigida à política
opressora de Antíoco IV: o seu reinado é
a parte de barro do pé da estátua. A Bíblia edição pastoral. Leia Mais