Os governadores continuam a “lavar as mãos”; como Pilatos no processo de Jesus, preferem omitir-se em questões de justiço, a fim de conservar a “paz submissa” de um povo dominado.
Ciente de que os judeus preparavam uma cilada, Paulo prefere que sua causa seja julgada diretamente pelo imperador Nero! Na verdade Paulo personifica todo o fenômeno cristão que, embora apontado como réu pela sociedade injusta acaba sempre manifestando a verdade e condenando a injustiça dos poderosos (Atos dos apóstolos 25,1-12).
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As autoridades ainda não perceberam o alcance da questão
A conversa de Festo com o Rei Agripa demonstra mais uma vez a inocência de Paulo. As autoridades ainda não perceberam o alcance da questão que envolve judeus e cristãos: Jesus morreu e ressuscitou (v. 19).
Festo se acha em dificuldade como encontrar uma acusação que justifique a prisão prolongada de Paulo e o envio a Roma? É difícil voltar atrás, quando já se deram vários passos na arbitrariedade (Atos dos apóstolos 25,13-27).
O cristão transforma todas as ocasiões em momentos de anúncios
Na autodefesa de Paulo encontramos o terceiro relato da sua conversão. Ele está diante de um rei judeu; por isso argumenta de forma aceitável aos judeus: recorre mais ao Antigo Testamento, apresenta a ressurreição de Jesus como cumprimento das promessas e como respostas à fé defendida pelos fariseus; por fim fundamenta a própria missão e futuro em citações bíblicas.
Perante o rei judeu, Paulo mostra, ironicamente, que está sendo acusado por algo que enaltece o povo judeu: é dos judeus que vem a salvação para todos, pois em Jesus é que Deus cumpriu todas as promessas (Atos dos apóstolos 26,1-23).
O auditório é simpático, pois não se trata de um julgamento, mas de um interrogatório em busca de uma acusação.
Paulo é inocente, e não perde tempo: transforma a ocasião de autodefesa em anúncio persuasivo que convida à conversão. O cristão transforma todas as ocasiões em momentos de anúncio (cf. Lc 21,12-15). (Atos dos apóstolos 26,24-32).