Os missionários agora estão entre outros dois grupos: os que acreditam e os que não acreditam, tanto judeus como pagãos. Acolhimento e recusa da Palavra acontecem nos dois grupos.
A proposta cristã feita em termos claros e acompanhada de uma prática (sinais e prodígios) provoca situação de crise e divisão, pois o anúncio não suporta neutralidade e exige decisão semelhante à dos apóstolos que não cedem, mesmo com risco de vida: eles continuam anunciando corajosamente, com franqueza e com a liberdade que provém do Espírito. Por isso, são perseguidos por aqueles que recusam a mensagem cristã (Atos dos apóstolos 14,1-7).
O anúncio do Evangelho tem como finalidade fazer que o homem se levante e caminhe (cura da paralisia). Mas os pagãos não entendem o prodígio como sinal e tomam os evangelizadores como se fossem divindades.
O episódio é ocasião para o anúncio fundamental em meio a uma sociedade pagã: deixar a idolatria, a absolutização de coisas e pessoas, e reconhecer o Deus vivo e criador que, embora único absoluto, está próximo e beneficia a todos (Atos dos apóstolos 14,8-18).
O cristão deve perseverar na fé
Por que as comunidades cristãs são perseguidas? Porque o Evangelho por elas vivido e testemunhado é o anúncio do Reino, e este propõe uma libertação da idolatria que escraviza e sacrifica o povo, e assim instaura uma sociedade baseada na justiça, na liberdade e na vida.
A sociedade injusta, alicerçada nos ídolos da riqueza e do poder, sente-se desmascarada por esse testemunho e reage de todos os modos, tentando reprimir e anular a novidade que ameaça destruí-la.
Os cristãos devem perseverar na fé, isto é, manter a autenticidade do testemunho, vigiando para que o fermento evangélico não seja deturbado nem falsamente assimilado pela estrutura da sociedade injusta. Cf. ainda nota em Rm 5,1-11. (Atos dos apóstolos 14,19-28).