Alguns convertidos de Corinto pensam que o matrimônio esteja ultrapassado: uns pregam a liberdade sexual, outros veem o celibato como condição única de viver o Evangelho.
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1. A Fragilidade Humana
Você precisa saber que diante de tais exageros, a orientação de Paulo é extremamente realista: consciência das necessidades e da fragilidade humana, ele coloca no devido lugar tanto o celibato como o matrimônio.
Nesta carta aos Coríntios ele diz que o celibato goza das preferências de Paulo; no entanto, mostra que se trata de um dom, uma vocação, que para o celibatário não significa nenhum mérito.
2. Dom e Disponibilidade
O matrimônio é lugar por excelência da união e da vida sexual; união indissolúvel, feita de dom e disponibilidade recíproca (Cf. Ef 5,4-33). Quanto ao divórcio, Paulo ensina a mesma coisa que o Evangelho (Cf. Mt 19,9 e paralelos) (Carta aos Coríntios Capítulo 7,1-11).
3. À Fé Cristã
Uma questão típica das primeiras gerações cristãs: o que fazer quando um dos cônjuges não se converte à fé cristã? Paulo quer a todo custo preservar a união matrimonial e confia na boa influência do cônjuge cristão.
Contudo, se a realidade se torna impossível, o cônjuge não cristão, e só ele, pode tomar a decisão de separar-se. Isso mostra que Paulo entende a indissolubilidade como algo estritamente ligado à fé cristã (Carta aos coríntios 7,12-16).
4. Grupo ou Casta Social
O Evangelho não se dirige a determinada raça, grupo ou casta social; ele é aberto a todos. Na visão de Paulo, o convertido não deve estar preocupado em mudar de posição na escala social.
O que importa é compreender que a condição cristã implica uma novidade radical: o único Senhor que está sobre todos é Jesus Cristo; nele todos são livres, e só a ele devem submeter-se.
5. Uma Sociedade Igualitária
Desse modo, Paulo vê a comunidade cristã como semente de uma sociedade igualitária, onde todos os homens são chamados a ser livres e a encontrarem a própria dignidade (Carta aos Coríntios 7,17-24).
6. O que você precisa saber sobre a consagração radial a Deus e ao Reino
Para a Igreja primitiva eram iminente o fim do mundo e a manifestação final e gloriosa de Jesus (vv. 29.31). É nessa perspectiva que podemos compreender muitos conselhos referentes ao matrimônio, ao celibato e à virgindade: se o fim está próximo, para que se casar e ter filhos? Na visão de Paulo, a virgindade é vista como dom total da própria vida ao Senhor, como maneira de empenhar-se totalmente no testemunho do Evangelho. Jesus já destacava a grandeza do celibato na consagração radical a Deus e ao Reino, mas sem o impor (Cf. Mt 19,10-12) (Carta aos Coríntios 7,25-35).
7. O noiva ansioso
Trata-se talvez de um noivo que sente forte o estímulo do desejo sexual, mas se vê premido pelo ideal celibatário, apresentando por alguns da comunidade como única maneira de realização cristã. Paulo dá ao noivo ansioso plena liberdade para decidir-se (Primeiro Coríntios 7,36-38).
Paulo deixa total liberdade para as viúvas se casarem de novo, mas apenas com parceiro cristão (“no Senhor”). Sobre o conselho de “ficar como está”, cf. nota em 7,25-36. (Coríntios 7,39-40). Apocalipse