Pandemias e as Inseguranças - Artigo 6: O Medo Invisível e a Criação de Gerações Ansiosas

 

As pandemias sempre foram eventos marcantes na história da humanidade, deixando não apenas um rastro de doenças e mortes, mas também um impacto psicológico profundo na sociedade. A mais recente, a Covid-19, alterou drasticamente a forma como vivemos e interagimos, especialmente para as crianças e adolescentes que cresceram em meio ao caos e à incerteza. O medo do invisível, a solidão e a constante sensação de ameaça moldaram uma geração que agora precisa aprender a lidar com as cicatrizes emocionais deixadas por esse período.

1 Como a Covid-19 e Outras Pandemias Moldaram a Percepção do Medo nas Crianças


Para muitas crianças, a pandemia da Covid-19 foi a primeira grande crise global que vivenciaram. O medo de um vírus desconhecido, aliado a medidas rigorosas como o distanciamento social e o fechamento das escolas, criou um ambiente de insegurança e desconfiança. As máscaras, os alertas constantes sobre higiene e a sensação de que o mundo era um lugar perigoso afetaram diretamente a forma como as crianças percebem a vida em sociedade.

Além disso, o contato restrito com amigos e familiares limitou o desenvolvimento emocional e social dos mais jovens, que passaram a enxergar o contato humano como um risco. O medo não era apenas de adoecer, mas de ser um transmissor do vírus para alguém querido. Essa carga emocional intensa, somada à falta de explicações adequadas sobre a real natureza da pandemia, contribuiu para o surgimento de ansiedades e fobias em crianças e adolescentes.

2 A Manipulação Política e Midiática do Terror Sanitário

A pandemia também expôs a forma como governos e a mídia podem manipular crises sanitárias para atender a interesses políticos e econômicos. As informações sobre a Covid-19 eram, muitas vezes, contraditórias e sensacionalistas, reforçando o medo ao invés de fornecer dados claros e orientações equilibradas.

A superexposição a notícias alarmantes, gráficos de mortes e previsões catastróficas tornou o medo um produto de fácil consumo. Crianças que cresceram assistindo ao noticiário diário de fatalidades e lockdowns passaram a ver o mundo como um lugar imprevisível e hostil. Além disso, a politização da pandemia transformou a saúde pública em uma arena de disputas ideológicas, onde o bem-estar da população ficou em segundo plano frente às estratégias de poder.

Isso criou um ambiente onde o medo foi amplificado, levando a uma geração de jovens que têm dificuldades em confiar nas instituições e que, muitas vezes, enxergam o futuro com pessimismo. A mensagem subliminar transmitida por essa abordagem alarmista foi clara: o perigo está em toda parte e ninguém pode garantir sua segurança absoluta.

3 A Solidão e o Isolamento Como Novas Realidades Sociais

A quarentena imposta pela pandemia afetou não apenas a economia e a rotina das pessoas, mas também a estrutura emocional das famílias. Para as crianças, que aprendem e se desenvolvem por meio do contato social, o isolamento teve efeitos devastadores. A falta de interação com colegas e professores prejudicou não só a aprendizagem acadêmica, mas também o desenvolvimento de habilidades socioemocionais essenciais.

A ausência de atividades presenciais, como esportes, brincadeiras ao ar livre e festas de aniversário, fez com que muitas crianças se tornassem mais introspectivas e ansiosas. A dependência da tecnologia como única forma de comunicação e entretenimento também contribuiu para um aumento nos índices de depressão e ansiedade infantil. A convivência excessiva no ambiente doméstico, sem a possibilidade de contato externo, acentuou conflitos familiares e expôs muitas crianças a ambientes de estresse e violência.

Para muitos, a pandemia criou um novo normal, onde o medo e a precaução excessiva passaram a ser a regra. Mesmo após o relaxamento das restrições, muitas crianças e adolescentes continuaram a demonstrar dificuldades em interagir socialmente, reforçando a ideia de que os impactos psicológicos dessa crise ainda serão sentidos por muito tempo.

4 Como Criar Crianças Saudáveis Emocionalmente em um Mundo que Explora o Medo?


Diante desse cenário, a grande questão é: como garantir que as novas gerações cresçam emocionalmente saudáveis, sem serem consumidas pelo medo que as pandemias e outras crises podem trazer? Algumas estratégias podem ser adotadas para ajudar as crianças a desenvolverem resiliência e uma visão mais equilibrada da realidade:

  • Diálogo aberto e honesto: Explicar de forma clara e adequada à idade sobre as pandemias, sem alarmismo, mas também sem omitir informações importantes.
  • Exposição controlada à mídia: Evitar o consumo excessivo de notícias sensacionalistas e incentivar fontes de informação confiáveis e equilibradas.
  • Estímulo ao contato social: Promover interações presenciais sempre que possível, incentivando brincadeiras ao ar livre e atividades em grupo.
  • Desenvolvimento da inteligência emocional: Ensinar as crianças a identificarem e lidarem com suas emoções, ajudando-as a entender que o medo pode ser gerenciado e superado.
  • Incentivo à vida saudável: Uma rotina equilibrada, com boa alimentação, sono adequado e prática de exercícios físicos, contribui para o bem-estar mental e físico.
  • Reforço da confiança no futuro: Mostrar que a humanidade já superou diversas crises e que sempre há soluções para os desafios que surgem.

O Medo Pode Ser uma Ferramenta

As pandemias, incluindo a Covid-19, trouxeram desafios que vão além da saúde física. O impacto psicológico nas novas gerações é um fator que precisa ser considerado com seriedade, pois o medo invisível pode ser tão nocivo quanto o próprio vírus. Criar crianças emocionalmente equilibradas em um mundo que frequentemente explora o medo exige um esforço coletivo de pais, educadores e da sociedade como um todo.

É essencial encontrar um equilíbrio entre a cautela e a liberdade, ensinando os mais jovens a se protegerem sem que isso signifique viver em constante estado de alerta. O medo pode ser uma ferramenta de proteção, mas quando exagerado, se transforma em um obstáculo para o desenvolvimento pleno e saudável. Somente por meio de uma abordagem consciente e humanizada conseguiremos preparar as futuras gerações para enfrentar os desafios da vida sem serem dominadas pela insegurança e pelo pânico.

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