As pandemias sempre foram eventos marcantes na
história da humanidade, deixando não apenas um rastro de doenças e mortes, mas
também um impacto psicológico profundo na sociedade. A mais recente, a
Covid-19, alterou drasticamente a forma como vivemos e interagimos,
especialmente para as crianças e adolescentes que cresceram em meio ao caos e à
incerteza. O medo do invisível, a solidão e a constante sensação de ameaça
moldaram uma geração que agora precisa aprender a lidar com as cicatrizes
emocionais deixadas por esse período.
1 Como a Covid-19 e Outras Pandemias Moldaram a Percepção do Medo nas Crianças
Além disso, o contato restrito com amigos e
familiares limitou o desenvolvimento emocional e social dos mais jovens, que
passaram a enxergar o contato humano como um risco. O medo não era apenas de
adoecer, mas de ser um transmissor do vírus para alguém querido. Essa carga
emocional intensa, somada à falta de explicações adequadas sobre a real
natureza da pandemia, contribuiu para o surgimento de ansiedades e fobias em
crianças e adolescentes.
2 A Manipulação Política e Midiática do Terror Sanitário
A pandemia também expôs a forma como governos e a
mídia podem manipular crises sanitárias para atender a interesses políticos e
econômicos. As informações sobre a Covid-19 eram, muitas vezes, contraditórias
e sensacionalistas, reforçando o medo ao invés de fornecer dados claros e
orientações equilibradas.
A superexposição a notícias alarmantes, gráficos de
mortes e previsões catastróficas tornou o medo um produto de fácil consumo.
Crianças que cresceram assistindo ao noticiário diário de fatalidades e
lockdowns passaram a ver o mundo como um lugar imprevisível e hostil. Além
disso, a politização da pandemia transformou a saúde pública em uma arena de
disputas ideológicas, onde o bem-estar da população ficou em segundo plano
frente às estratégias de poder.
Isso criou um ambiente onde o medo foi amplificado,
levando a uma geração de jovens que têm dificuldades em confiar nas
instituições e que, muitas vezes, enxergam o futuro com pessimismo. A mensagem
subliminar transmitida por essa abordagem alarmista foi clara: o perigo está em
toda parte e ninguém pode garantir sua segurança absoluta.
3 A Solidão e o Isolamento Como Novas Realidades Sociais
A quarentena imposta pela pandemia afetou não
apenas a economia e a rotina das pessoas, mas também a estrutura emocional das
famílias. Para as crianças, que aprendem e se desenvolvem por meio do contato
social, o isolamento teve efeitos devastadores. A falta de interação com
colegas e professores prejudicou não só a aprendizagem acadêmica, mas também o
desenvolvimento de habilidades socioemocionais essenciais.
A ausência de atividades presenciais, como
esportes, brincadeiras ao ar livre e festas de aniversário, fez com que muitas
crianças se tornassem mais introspectivas e ansiosas. A dependência da
tecnologia como única forma de comunicação e entretenimento também contribuiu
para um aumento nos índices de depressão e ansiedade infantil. A convivência
excessiva no ambiente doméstico, sem a possibilidade de contato externo,
acentuou conflitos familiares e expôs muitas crianças a ambientes de estresse e
violência.
Para muitos, a pandemia criou um novo normal, onde
o medo e a precaução excessiva passaram a ser a regra. Mesmo após o relaxamento
das restrições, muitas crianças e adolescentes continuaram a demonstrar dificuldades
em interagir socialmente, reforçando a ideia de que os impactos psicológicos
dessa crise ainda serão sentidos por muito tempo.
4 Como Criar Crianças Saudáveis Emocionalmente em um Mundo que Explora o Medo?
- Diálogo aberto e honesto:
Explicar de forma clara e adequada à idade sobre as pandemias, sem
alarmismo, mas também sem omitir informações importantes.
- Exposição controlada à mídia: Evitar
o consumo excessivo de notícias sensacionalistas e incentivar fontes de
informação confiáveis e equilibradas.
- Estímulo ao contato social:
Promover interações presenciais sempre que possível, incentivando
brincadeiras ao ar livre e atividades em grupo.
- Desenvolvimento da inteligência emocional: Ensinar as crianças a identificarem e lidarem com suas emoções,
ajudando-as a entender que o medo pode ser gerenciado e superado.
- Incentivo à vida saudável: Uma
rotina equilibrada, com boa alimentação, sono adequado e prática de
exercícios físicos, contribui para o bem-estar mental e físico.
- Reforço da confiança no futuro:
Mostrar que a humanidade já superou diversas crises e que sempre há
soluções para os desafios que surgem.
O Medo Pode Ser uma Ferramenta
As pandemias, incluindo a Covid-19, trouxeram
desafios que vão além da saúde física. O impacto psicológico nas novas gerações
é um fator que precisa ser considerado com seriedade, pois o medo invisível
pode ser tão nocivo quanto o próprio vírus. Criar crianças emocionalmente equilibradas
em um mundo que frequentemente explora o medo exige um esforço coletivo de
pais, educadores e da sociedade como um todo.
É essencial encontrar um equilíbrio entre a cautela
e a liberdade, ensinando os mais jovens a se protegerem sem que isso signifique
viver em constante estado de alerta. O medo pode ser uma ferramenta de
proteção, mas quando exagerado, se transforma em um obstáculo para o
desenvolvimento pleno e saudável. Somente por meio de uma abordagem consciente
e humanizada conseguiremos preparar as futuras gerações para enfrentar os
desafios da vida sem serem dominadas pela insegurança e pelo pânico.
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