Nota:
1-11: A atividade de Jesus vai levá-lo a morte. Entre a conspiração das autoridades e a decisão que judas toma de trair Jesus, temos o gesto significativo de uma mulher: reconhecendo o verdadeiro sentido da pessoa de Jesus, ele o unge como Messias (unção na cabeça) que vai morrer.O que ela faz é mais importante do que dar esmola aos pobres: não é possível realmente fazer o bem a eles a não ser dentro do projeto de Jesus. A ausência física de Jesus será depois ocupada pelos pobres, que se tornaram sacramento da presença dele.
12-21: A celebração da páscoa marcada a noite em que o povo de Deus foi libertado da escravidão do Egito. Jesus vai ser morto como o novo cordeiro pascal: sua vida e morte são o início de novo modo de vida, no qual não haverá mais escravidão do dinheiro e do poder.
22-25: A ceia pascal de Jesus com os discípulos recorda a multiplicação dos pães. Ela substitui as cerimônias do templo e torna-se o centro vital da comunidade fornada pelos que seguem a Jesus. O gesto e as palavras de Jesus não são apenas afirmação de sua presença sacramental no pão e no vinho. Manifestam também o sentido profundo de sua vida e morte, isto é, Jesus viveu e morreu como dos gratuito, como entrega de si mesmo aos outros, opondo-se a uma sociedade em que as pessoas vivem para si mesmo e para seus próprios interesses. Na ausência de Jesus, os discípulos são convidados a fazer o mesmo ("tomem"): partilhar o pão com os pobres e viver para os outros.
26-31: Jesus sabe que vai ser traído por um discípulo e abandonado pelos outros. Mostra assim a plena gratuidade do seu dom. sendo
fiel aos discípulos até o fim: marca um novo encontro na Galileia (cf. 16,7). Aí Jesus reunirá novamente os discípulos para continuar a sua ação.
32-42: O que se passa no íntimo de Jesus? Uma luta dramática, em que se confrontam a companhia e a solidão, o medo e a serenidade, a coragem de continuar o projeto até o fim e a vontade de desistir e fugir. A oração é a fonte que reanima o projeto de vida segundo a vontade do Pai; a vigilância impede que o homem se torne inconsciente diante das situações.
43-52: Um dos discípulos se alia ao poder repressivo das autoridades e trai Jesus com um gesto de amizade. Um dos presentes tenta defender Jesus com as mesmas armas dos opressores. Por fim, todos fogem e Jesus fica sozinho e preso. Aquele que realiza o projeto de Deus e atrai i povo é considerado pelos poderosos como bandido perigoso. Mas eles não tem coragem de prendê-lo à luz do dia.
53-65: Para as autoridades, Jesus é réu, e elas já tinham decretado a morte dele. Agora, montam um processo teatral e falso para justificar tal decreto. Jesus não se defende, porque as acusações realmente não o culpam de nada. No projeto de Deus, as coisas se invertem: este homem, condenado por uma sociedade injusta, é o Messias, o Filho de Deus, que inaugura a sociedade justa do Reino de Deus. Por isso, de réu ele passa a ser juiz (o Filho do Homem: cf. Dn 7,13), que condena o sistema causador de sua morte. As duas forças que se chocam são inconciliáveis, e o rompimento é inevitável (rasgar as vestes).
66-72: Enquanto Jesus fala corajosamente diante das autoridades, Pedro não é capaz de vigiar, e cai na tentação de abandonar o seguimento de Jesus, negando-o covardemente diante de pessoas simples. (Bíblia Pastoral. Nota). Próximo