O cego de nascença
simboliza o povo que nunca tomou consciência de sua própria condição de
oprimido, e por isso não chegou a ver a verdadeira condição humana, o objetivo
para o qual Deus o criou.
A missão de Jesus, e
dos que acreditam nesse, é mostrar essa possibilidade, a partir de uma
prática concreta, mais do que com palavras. (Jo. 9,1-12).
A ação de Jesus abala
as ideias religiosas
dos representantes do poder. Estes, em primeiro lugar, procuram transformar
o fato em fraude. Não o conseguindo, recorrem à sua própria autoridade, para
definirem o que está ou não de acordo com a vontade de Deus.
Apegados a suas ideias
Apegados a suas
ideias, negam o que é evidente e invertem as coisas, defendendo a todo o
custo sua posição de privilégio e poder. Para eles, Deus prefere a observância da Lei ao bem do homem (Jo 13-34).
Por fim, recorrem à
violência, expulsando-o. Pretendendo possuir a luz, eles se tornam cegos e
quem cegar os outros. (Jo. 13-34).
Pior cego é aquele que não quer ver
Curado por Jesus,
o homem enfrenta a luta com os dirigentes de uma sociedade cega que o afasta.
Como consequência, ele passa então para
uma nova comunidade e começa seu novo culto.
Por outro lado, os dirigentes não querem aceitar essa realidade
e por isso permanecem intransigentes dentro da instituição opressora. Este é o julgamento de Jesus. (Jo.
35-41).
O povo reconhece a voz de Jesus
Nesta comparação, o
curral representa a instituição que explora e domina o povo. Os ladrões e
assaltantes são os dirigentes.
Jesus mostra que sua
mensagem é incompatível com qualquer instituição opressora e que sua missão
é conduzir para fora da influência dela os que nele acreditam, a fim de formar
uma comunidade que possa ter vida plena e liberdade. (Jo. 10, 1-6).
Jesus é o modelo de pastor
O único meio de
liberta-se de opressores ou de uma instituição opressora é comprometer-se com
Jesus, pois ele é a única alternativa.
Jesus é o modelo de
pastor: ele não busca seus próprios interesses; ao contrário, ele dá a sua
própria vida a todos aqueles que aceitam sua proposta. Jesus provoca divisão: para uns suas palavras são loucura; para outros,
é sinal de libertação. (Jo. 7-21).
Jesus define sua
condição de Messias, apresentando-se como Filho de Deus. As provas de seu
messianismo não são teorias jurídicas, mas fatos concretos: suas ações comprovam que é Deus quem age
nele. (Jo. 22-39).
O testemunho revela
Jesus aos homens, levando-os a compreender que Jesus realiza o projeto de
Deus. (Jo. 40-42).
O gesto de Jesus é ensinamento
A vitória de Jesus
abre a passagem para o Pai do Céu, e testemunha o amor supremo que mostra o
sentido de toda a sua vida.
O gesto de Jesus é
ensinamento: a autoridade só pode ser
entendida como função de serviço aos outros. Pedro resiste, porque ainda
acredita que a desigualdade é legítima e necessária, e não entende que o amor
produz igualdade e fraternidade.
Na comunidade cristã
existe diferença de funções, mas todas elas devem concorrer para que o amor
mútuo seja eficaz. Já não se justifica nenhum tipo de superioridade, mas
somente a relação pessoal de irmãos e amigos. (Jo. 13,1-17).
A longa noite da paixão começa com a traição de Judas,
símbolo da traição que pode estar presente dentro da própria comunidade cristã.
(Jo 18-30).
Deus e o homem são inseparáveis
O mandamento novo supera todos os outros mandamentos. Deus e o homem são inseparáveis. E é
somente amando ao homem que amamos a Deus. Em
Jesus, Deus se faz presente no homem, tornando-o intocável.
Tal mandamento novo
gera uma comunidade, que oferece uma alternativa de vida digna e liberdade
perante sua paixão e a opressão. (Jo 31-38). Leia Mais